03 dez Saiba como prevenir e identificar a doença
O câncer de pele é o de maior incidência no país, correspondendo a 30% dos casos. A doença é provocada pelo crescimento anormal das células que compõe a pele, podendo originar diferentes tipos de câncer e se manifestar de formas distintas. Os casos mais frequentes são denominados Carcinoma Basocelular (CBC), Carcinoma Espinocelular (CEC) e Melanoma.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa de novos casos em 2018 é de 171.840, sendo que 6.260 correspondem ao câncer de pele melanoma. “Chamados de ‘Câncer Não Melanoma’, o CBC e o CEC apresentam altos percentuais de cura quando diagnosticados e tratados no início da doença. No caso do Melanoma, apesar de corresponder a 3% dos casos, é o mais agressivo e apresenta maior taxa de mortalidade quando descoberto tardiamente”, enfatizou a Dra. Letícia Motta.
Em todos os tipos, a exposição excessiva e sem proteção ao sol é a principal causa do câncer de pele. A doença pode se manifestar como uma pinta ou mancha de cor acastanhada e/ou enegrecida, como um nódulo avermelhado ou cor da pele e perolado (brilhoso), ou até mesmo como uma ferida que não cicatriza.
“A autoavaliação é essencial para detectar anormalidades no corpo e deve ser feita frequentemente. O método ABCDE é muito simples e pode ajudar na avaliação de sinais ou manchas que possam surgir. Porém a técnica não exclui a necessidade de realizar outros exames, bem como a avaliação de um dermatologista”, alertou a especialista.
O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo mais raro em crianças e negros, com exceção daqueles que já são portadores de doenças cutâneas anteriores. O grupo de risco também inclui herança genética, pessoas de pele e olhos claros, pacientes com histórico de cicatrizes ou inflamações crônicas (como queimaduras anteriores), portadores do vírus HIV ou HPV, além daqueles que já apresentaram tumor de pele anteriormente.
O tratamento consiste em cirurgia para retirada do tumor e uso de medicação especial. “A maioria dos tumores de pele não-melanoma são tratados através da sua retirada completa. Outras formas de tratamento são geralmente indicadas para pacientes que a cirurgia não pode ser realizada. E no caso de um tumor Melanoma, o paciente é submetido à retirada com ampliação de margens e, conforme a gravidade da doença, avalia-se o uso de quimioterápicos, radioterapia, imunoterapia e terapia alvo”, acrescentou Motta.
Em casos que há o comprometimento de outros órgãos em consequência do tumor Melanoma, o tratamento é realizado por equipe multidisciplinar composta por dermatologista, cirurgião oncológico, oncologista e profissionais de apoio, dependendo de cada situação.
A prevenção ainda é a melhor opção! Cuidados básicos como evitar exposição solar no período entre às 10h e 16h, utilizar protetor solar diariamente e reaplicar duas vezes ao dia, além de usar protetores físicos como chapéu, roupas e óculos de sol contribuem para manter a pele saudável, diminuindo as chances de desenvolver câncer de pele.
É recomendável consultar um dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia uma vez ao ano. E, quando houver histórico pessoal ou familiar da doença, realizar um acompanhamento personalizado, de acordo com as orientações do dermatologista.