15 mar Exame dermatológico é aliado no combate ao melanoma
Ainda pouco conhecido pela população, o Mapeamento Corporal é um dos grandes aliados contra o câncer de pele. O exame permite identificar qualquer espécie de lesão na pele, mas sobretudo o melanoma – forma mais agressiva da doença.
A cada ano, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra cerca de 180 mil novos casos de câncer de pele no Brasil – total que corresponde a 33% de todos os diagnósticos da doença. São números elevados e que demonstram a importância do cuidado e principalmente a atenção à própria pele.
Nessa direção, o Mapeamento Corporal tem sido essencial para que o diagnóstico ocorra o mais precocemente possível. Ele funciona, basicamente, como um avançado álbum de fotos. São feitas fotografias do corpo inteiro do paciente em altíssima resolução e fotografias em zoom de cada lesão acima de 2mm.
Em geral, o exame é realizado com o um aparelho chamado fotofinder. A câmera consegue aproximar as imagens de dez a 70 vezes. É como se fosse um microscópio acoplado a um computador, que recebe as fotos e as armazena em um software para posterior comparação.
Apesar da alta tecnologia envolvida, a identificação dos tipos de lesões, ou pintas como são conhecidas, depende de quem avalia as imagens, por isso, ele deve ser feito sempre por um dermatologista com treinamento em dermatoscopia. “Ao serem identificadas lesões que tenham alguma alteração que indique malignidade, elas são retiradas”, explica o médico André Moreira Lemes, dermatologista da clínica Inderma e mestrando em dermatoscopia pela Universidade de Graz, na Áustria.
O Mapeamento Corporal deve ser refeito periodicamente – de seis meses a um ano, conforme indicação médica. “As novas fotos são, então, comparadas com as anteriores a fim de se verificar se houve alguma mudança. Quando há alguma modificação muito estranha, aquela pinta também é retirada”, acrescenta o Dr André.
O médico explica que o exame foi inventado para evitar biopsias demasiadas e desnecessárias. “Com ele, o paciente, principalmente aquele que tem muitas lesões, não precisa ser submetido a biopsias a todo momento, já que o diagnóstico ocorre pela avaliação de como a lesão evolui”.
Quando diagnosticado precocemente, segundo o médico, o melanoma pode ser totalmente curado, diferentemente do diagnóstico tardio, que pode levar ao óbito. Por isso, é preciso bastante cuidado, principalmente daquelas pessoas que tenham antecedentes de câncer de pele na família; que tenham muitas pintas pretas; que, quando se expõe ao sol, mais queimam do que bronzeiam; que já fizeram uso de bronzeamento artificial ou que tiveram queimadura solar na infância.
A recomendação geral é o autoexame da pele pelo menos uma vez por mês. “É ficar totalmente despido na frente do espelho, pegar um outro espelho para também examinar as costas e se avaliar”, sugere o Dr. André. “Deve-se comparar essas lesões, verificando se elas estão aumentando, diminuindo, mudando de cor, gerando dor ou sangramento. Notando qualquer alteração desse tipo, deve-se buscar um dermatologista de confiança para avaliar a necessidade do Mapeamento Corporal ou qualquer outro exame”, finaliza.